Amigos próximos como Elba Ramalho, Fagner, Geraldo Azevedo, Nando Cordel, Jorge de Altinho e Flávio José descrevem Dominguinhos em três palavras: humilde, generoso e feliz. E foi nesse clima de alegria que o público lotou o Chevrolet Hall, na noite de quinta-feira (25), para homenagear o sanfoneiro que morreu na terça-feira (23) e foi sepultado também nesta quinta (25) no cemitério Morada da Paz.
CLIMA DE DESPEDIDA Cantores subiram no palco do Chevrolet para dar o último adeus a Dominguinhos,
A renda do show será usada para pagar a dívida do tratamento do músico em São Paulo. Mas, mais do que por esse motivo, quem foi ao show tinha intenção de dar o último adeus ao artista. “Abrimos mão de tudo para realizar uma grande noite que ajudaria nosso amigo. Nunca imaginaria que a noite escolhida iria calhar com o dia do enterro”, lamentou Geraldo Azevedo.
CAMARIM Geraldo Azevedo e Nando Cordel antes de subir ao palco
Amiga de Dominguinhos há mais de 30 anos, Elba Ramalho, bastante emocionada, foi responsável por abrir o show ao som de “De volta pro aconchego”, e não conseguiu segurar as lágrimas. “Eu gosto de cantar sorrindo, mas está sendo muito difícil”, disse. Em seguida cantou “Minha vida é te amar” e finalizou sua apresentação com “Só quero um xodó”. A cantora se despediu e explicou que não poderia ficar até o final porque tinha show marcado em Garanhuns.
EMOCIONADA Elba não conseguiu segurar o choro durante sua apresentação
O amigo Fagner, subiu no palco, cantando a “Oração de São Francisco”. “Sou amigo de Dominguinhos há 40 anos, ele participou do meu primeiro disco e não existe pessoa mas doce que ele”, desabafou. Sua apresentação continuou com “Quem me levará sou eu”, seguido pelas músicas “Canteiros” e “Deslize”.
SUCESSOS Fagner entoou músicas marcantes da carreira
Parceiro de Dominguinhos há 30 anos, Nando Cordel apresentou os sucessos: “Isso aqui tá bom demais”, logo em seguida veio “Gostoso demais”, gravada por Maria Bethania e “Você endoideceu meu coração”. “Conheci Dominguinhos quando fui na casa da mulher dele, Guadalupe, que também é cantora. Foi quando ela disse que Dominguinhos estava procurando um parceiro. Ele me fez o convite, topei na hora e no mesmo dia já fizemos duas músicas” lembrou o cantor.
ALEGRIA Nando Cordel tentou cantar músicas mais animadas
Entre as músicas escolhidas por Jorge de Altinho para homenagear o sanfoneiro estavam “Bom demais”, gravada em parceria com Dominguinhos e “Tamanho de paixão” que foi sucesso na voz de Luiz Gonzaga. “Fiz tudo para sorrir e não consegui, cantei tristinho. É difícil saber que você está no palco para prestar uma homenagem e ele não está entre nós. Eu não consegui traduzir alegria da minha apresentação. Pela primeira vez eu não soube representar”, lamentou o músico no camarim.
Geraldo Azevedo fez sua apresentação com sucessos próprios, como “Dia Branco”, “Bicho de Sete Cabeças” e “Dona da minha cabeça”, e foi surpreendido pelo amigo Fagner no palco para fazer um dueto.
CANTOR Geraldo Azevedo cantou a saudade do sanfoneiro
DUETO Fagner cantou “Dona da minha cabeça” com Geraldo Azevedo
“O destino quis que o dia fosse de saudade”, disse Flávio José ao subir no palco. Fazendo referencia a coincidência do sepultamento de Dominguinhos acontecer no mesmo dia do show.
Liv Morais, filha de Dominguinhos, chegou ao local do show muito abalada. “Estou em pedaços, hoje apenas o meu corpo me representa”. Ao subir no palco, Liv agradeceu o carinho de todos. “Como disse o meu filho, hoje o meu pai virou estrela. Chorei muito, mas não poderia deixar de estar aqui para agradecer aos amigos e a vocês”, declarou. Em apresentação emocionante, a cantora apresentou sucessos do pai “Tenho sede”, “Abri a porta” e Quero um xodó”. Na última música, “Pedras que cantam”, os cantores Fagner, Jorge de Altinho e Flávio José voltaram ao palco para cantar ao seu lado. Ao deixar o palco, a cantora caiu em lágrimas e foi consolada por amigos como o cantor Fagner.
À FLOR DA PELE Liv Morais falou da emoção de estar no palco e não segurou a emoção ao falar da saudade do pai
